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domingo, 4 de fevereiro de 2018

DEUSES ALIENÍGENAS



Por: Jonas Landim
Segundo os astronautas, astrofísicos e estudiosos, o universo está repleto de pequenas estrelas pouco massivas e relativamente frias, chamadas anãs vermelhas. São as mais comuns estrelas da Via Láctea, que brilharam intensamente por milhares de anos, mas perderam sua força, tornaram-se menores, mais frias e adquiriram uma cor avermelhada. Estes cientistas afirmam que diferentes planetas orbitam estas estrelas e são formados pelos mais diferentes materiais, alguns deles possuem, massa, temperatura e pressão atmosférica adequada para a existência de vida.
O planeta terra possui uma massa específica que o permite manter uma órbita constante em torno do sol e recebe radiações necessárias a formação de uma atmosfera e manutenção da temperatura adequada ao desenvolvimento de seres vivos das mais diferentes espécies. Astrônomos revelaram que equipamentos espaciais detectaram planetas orbitando anãs vermelhas que assim como nosso planeta estão localizadas numa distância relativamente compatível com a existência de vida possivelmente mais evoluída. No século IV antes de Cristo, o filósofo Demócrito já havia previsto a existência de um universo infinito com muitos outros planetas como o nosso.
Frequentemente nos deparamos com notícias e aparições de objetos voadores não identificados, relatos de aparições e abduções por seres de outros planetas. São muitas histórias de desaparecimento de pessoas em várias partes do mundo, de mulheres que tiveram relações sexuais com alienígenas, e pessoas que foram levadas em grandes naves espaciais. Muitos desses casos foram estudados e alguns deles intrigam os mais diferentes profissionais que investigam os fatos. Tudo isso nos leva a pensar na possível existências de seres vivendo em outros planetas, que há muitos anos têm nos visitados e realizado diversos experimentos, mas apesar de todas as evidências, ainda não sabemos de suas verdadeiras intenções.


Contudo, é plausível que muitos dos grandes personagens da história da humanidade possam ser seres manipulados ou até criados por uma raça de outro planeta, muito mais evoluída que a nossa.    

Pensamentos como esses fazem surgir as mais diversas teorias para facilitar o entendimento mais lógico dos maiores mistérios do universo. Em meio a esses grandes mistérios está a religião, que há centenas de anos molda as sociedades em volta do mundo. As principais religiões estão sempre ligadas a um ser sobrenatural que comanda tudo e todos, com leis e explicações que parecem ter vindo de outra dimensão. Esse soberano pode ser conhecido por diversos nomes, mas todos têm um ar de mistério muito parecido e compatível com a histórias advindas das aparições dos seres de outros planetas.

Segundo informações capturadas online da revista superinteressante:

A origem extraterrestre de Cristo, sugerida em trechos da Bíblia, estaria sendo escondida para não destruir as antigas religiões do planeta.

TEORIA DA CONSPIRAÇÃO – A origem alienígena de Cristo
OBJETIVO – Negar a verdade para evitar o descrédito das igrejas tradicionais
Está escrito na Bíblia: Jesus Cristo era um ET. Pelo menos assim interpretam as escrituras os defensores da teoria de que Jesus chegou ao nosso planeta num disco voador, tomou a forma humana e espalhou conhecimento alienígena no Oriente Médio. As lideranças religiosas esconderiam a verdade para não destruir as religiões da Terra. Mas o complô ganhou um inimigo em 2003. Dom Fernando Pugliese, bispo da Igreja Católica Apostólica Brasileira, disse acreditar na origem extraterrena de Cristo. Pronto. Um religioso aceitava a tese do escritor Erich von Däniken no livro Eram os Deuses Astronautas?: as divindades vieram do espaço.


Formado em filosofia pela Universidade Gregoriana de Roma, na Itália, Dom Pugliese estuda mensagens ocultas na Bíblia. Ele tem sua própria interpretação para os ensinamentos cristãos. A estrela de Belém, que guiou os Reis Magos até a manjedoura de Jesus, seria uma nave espacial, porque se movia de forma inteligente, acompanhando a viagem dos nobres. A aparição da Virgem Maria na cidade de Fátima, em Portugal, seria uma manifestação ufológica, um robô em forma feminina controlado por um óvni. Jesus suava gotas de sangue por causa de características somáticas e psicossomáticas sobre o seu corpo humano. Embora nunca tenha visto um ET – apenas discos voadores –, Dom Pugliese acha que os anjos e arcanjos, assim como Cristo, têm origem alienígena. Segundo ele, as referências à vida extraterrestre estão no Antigo e no Novo Testamento, em mensagens cifradas.
Mais gente acredita que o maior símbolo do cristianismo tem algo a ver com os homenzinhos verdes. Se não, como explicar os milagres de curar doentes, multiplicar pães e peixes ou transformar água em vinho? Entre os crédulos está o francês Claude Vorilhon, ou simplesmente Raël, fundador do Movimento Raeliano. Autor do livro Extraterrestrials Took me to Their Planet(Extraterrestres Levaram-me ao seu Planeta, sem versão brasileira), Raël declarou em 1975 que se encontrou com Jesus, Buda, Moisés e Maomé no mundo de Elohim, o ser supremo. O criador da seita ufológica diz que todos os profetas que viveram na Terra foram enviados por Elohim. Logo, Cristo é um ET. Felizmente, segundo Raël, o filho de Deus foi clonado pelos alienígenas, que pegaram o DNA divino ainda na cruz. Assim estariam explicados os raios e tremores testemunhados na época, logo depois da morte de Cristo. Graças à clonagem, resultado de uma tecnologia de 25 mil anos, Jesus vive até hoje em outra galáxia, de onde voltará na hora certa.
Alguns escritores do movimento batizado de Nova Era, como Brad Steiger e Randolph Winters, simpatizam com a paternidade extraterrestre de Cristo. No livro The Fellowship: Spiritual Contact between Humans and Outer Space Beings (A Irmandade: Contato Espiritual entre Humanos e Seres Espaciais, sem versão brasileira), Steiger conta histórias de pessoas que garantem conversar com ETs. Uma delas explica que o Homem de Nazaré não era um deus, mas um mestre ascendente alienígena que encarnou para assumir um padrão físico mais aceitável aos humanos. Jesus voltará, mas não no Juízo Final. Ele descerá à Terra numa espaçonave, claro. Curiosamente, entretanto, não há compaixão nesse Cristo ET. Quem não atender as suas palavras será varrido do planeta.
A natureza extraterrena do messias pode ser comprovada por outros sinais, argumentam os adeptos da teoria. O anjo Gabriel visto por Maria seria um astronauta do alto de uma nave espacial, escondida pela intensidade do brilho das luzes. Foi um ET quem anunciou a gravidez à Virgem, invocando o nome de Deus para justificar o seu experimento médico. A concepção foi realizada, na verdade, por uma projeção de esperma através da luz emitida do óvni. Não deixa de haver ainda uma dose de misticismo, oculta nesse pretenso racionalismo científico: Jesus era “o corpo biológico de uma entidade espiritual cósmica”. Todos esses argumentos são encontrados em sites e publicações ufológicas, desde as mais sérias até as de qualidade duvidosa. A maioria não tem dúvidas de que João Batista, o primo de Jesus, também era um alienígena, pois certas interpretações dos Evangelhos dizem que ele havia sido “levado para o céu no interior de um objeto voador”.
ETs DIVINOS
Os conspiradores esconderiam muito mais segredos. Toda a linhagem de personagens bíblicos, do Gênesis ao Apocalipse, seriam astronautas de outras galáxias, como defende Däniken. A lista é variada: os anjos que revelaram a Ló a destruição de Sodoma e Gomorra ou conduziram os judeus na fuga do Egito, o carro de fogo que levou o profeta Elias para o céu, as visões de Deus do profeta Ezequiel, a arca utilizada por Noé durante o dilúvio. Segundo seguidores da teoria extraterrestre, todas essas descrições correspondem perfeitamente a espaçonaves alienígenas. Para colocar mais lenha na fogueira, em 1995, o padre italiano Piero Coda propôs uma questão aos seus colegas de Vaticano. Ele queria saber se a morte de Cristo na cruz também salvou as criaturas de outros planetas. Embora não tenha citado um salvador ET, Coda acabou admitindo a hipótese de que Deus poderia ter criado a vida em outros lugares do universo.
Um documento apócrifo, escrito no segundo século antes de Cristo, costuma ser apresentado como mais uma prova do messias alienígena. O livro do profeta Enoque, bisavô de Noé, relata algumas passagens inspiradoras aos simpatizantes da teoria. Entre as quais, “200 anjos desceram e tiveram relações amorosas com as filhas da Terra, que deram nascimento a gigantes”. Seria um dos mais antigos registros de casos de sexo entre humanos e ETs, tema preferido da ufologia moderna.


As mensagens cifradas da Bíblia, repletas de figuras de linguagem, realmente dão margem a diversas interpretações. Sempre há espaço para novas soluções, como envolver o mais famoso autor de milagres de todos os tempos. Uma coisa é certa. Se Jesus era mesmo extraterrestre, o papa Francisco e a Nasa terão em mãos a maior agência de turismo do mundo.

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Fontes:
https://super.abril.com.br/historia/jesus-era-um-astronauta/
Imagens: google imagens

sábado, 22 de julho de 2017

OS SÍMBOLOS DO ZODIACO


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Como surgiu o horóscopo?
Fonte: revista Mundo Estranho
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Os primeiros registros sobre o horóscopo apareceram a partir do século 7 a.C., quando várias civilizações antigas se dedicavam à observação do céu. Suas populações acreditavam que os astros podiam influenciar a vida humana – especialmente o destino dos recém-nascidos. Entretanto, a versão do horóscopo que conhecemos hoje – uma mistura de influências da astrologia milenar dos babilônios, do conhecimento matemático dos egípcios e da filosofia grega – surgiu provavelmente por volta do século 5 a.C., com a criação do zodíaco. Em sua origem grega, essa palavra significa “círculo de animais” e indicava o grande cinturão celeste que marcava a trajetória do Sol naquela época. Dentro dessa trajetória, cada constelação por onde o astro passava simbolizava um signo. O número de constelações e as figuras que as indicavam variavam para cada civilização.


Os 12 conjuntos de estrelas que representam os signos de hoje foram padronizados ainda na Antiguidade, a partir da influência de imagens da mitologia de babilônios, egípcios, gregos e romanos. Ao definir uma referência fixa para a observação dos astros, o zodíaco impulsionou o surgimento dos horóscopos individuais com mapa astral, uma análise do céu na hora do nascimento que, supostamente, traz revelações sobre a pessoa e seu destino. Ainda no início da Era Cristã, as civilizações antigas definiram o perfil de cada signo, levando em conta, por exemplo, as peculiaridades das estações do ano. “Outras influências, como a simples observação do temperamento de pessoas nascidas em um mesmo período, também modificaram as características que cada signo apresenta atualmente”, diz a astróloga Bárbara Abramo.

Com a mudança da trajetória solar ao longo dos séculos, a correspondência direta entre astrologia e astronomia não é mais tão precisa. O Sol hoje passa por constelações que não fazem parte do zodíaco e ilumina outras em períodos diferentes dos observados na Antiguidade. Mas, pelo menos em alguns aspectos, o horóscopo se adaptou com as mudanças ao longo dos tempos. “É o caso de algumas inovações relativamente recentes na escala histórica, como a descoberta dos planetas Urano, Netuno e Plutão, que trouxeram novos elementos à interpretação astrológica do céu”, afirma o historiador David Pingree, da Universidade de Brown, nos Estados Unidos.

Mitologia eclética


ÁRIES


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Na mitologia grega, Frixo, filho do rei Atamas, ia ser assassinado pela madrasta quando foi salvo por um carneiro com lã de ouro, enviado por sua mãe. O carneiro foi sacrificado e sua lã enterrada no pomar de Ares, deus da guerra, que deu nome ao signo.

TOURO

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Há 4 mil anos, era o primeiro signo do zodíaco. Coincidia com a primavera e marcava o início do ano. A imagem do touro vem de um mito grego em que Zeus, o chefe dos deuses, teria assumido a forma do animal para atrair uma princesa.

GÊMEOS


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Os irmãos Castor e Pólux, filhos de Zeus, apaixonaram-se por duas garotas comprometidas e desafiaram os rivais. Castor morreu no combate e Pólux pediu a Zeus que o matasse também. Em memória da amizade dos filhos, o pai colocou a imagem dos gêmeos no céu.


CÂNCER


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Em latim, cncer quer dizer caranguejo, animal que aparece em um dos 12 trabalhos de Hércules. Enviado por Hera, a esposa oficial de Zeus, o caranguejo foi morto pelo herói, mas a coragem do bicho lhe valeu uma imagem celeste por toda a eternidade.


LEÃO


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Mais uma criatura morta por Hércules. O herói não só estrangulou a besta com as próprias mãos como fez um manto com sua pele. Em homenagem ao grande feito, Zeus desenhou com estrelas a forma do animal no céu.


VIRGEM

Para os romanos, a constelação representava Virgo, a deusa da justiça. Doente por causa da mania de guerra dos homens, Virgo teria sido o último ser celestial a subir para a morada dos deuses. Minerva, deusa da sabedoria, teria colocado uma imagem no céu em sua homenagem.


LIBRA



Identificada pelos romanos, simboliza a balança usada por Virgo para pesar a alma dos homens em seu caminho para o mundo subterrâneo ou para o céu, determinando prazer ou dor eterna.

ESCORPIÃO


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Essa constelação aparece no episódio da morte do gigante Órion. Apoi, deus grego das protecias, ficou enciumado pela amizade de sua irmã Ártemis com o gigante e enviou um escorpião para mordê-lo. Zeus pôs o animal e a estrela Órion no céu como lembrança da história.



SAGITÁRIO

Това си ти – Стрелец (духовна астрология)


Pela mitologia grega, Chiron era o mais sábio dos centauros, uma criatura meio homem, meio cavalo. Foi morto ao ser atingido acidentalmente por uma flecha de Hércules e foi homenageado por Zeus com uma constelação.


CAPRICÓRNIO


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Nas lendas gregas, a cabra que simboliza o signo tem rabo de peixe. É uma representação de Pan, deus da natureza que, para fugir do titã Tifon, jogou-se na água. Pan morreu porque, enquanto se transformava em peixe, estava com metade do corpo para fora da água.


AQUÁRIO

É um dos signos aquáticos dos babilônicos, ao lado de Capricórnio e Peixes. No Oriente Médio, o mês de aquário seria correspondente ao período das chuvas, o que deu origem ao símbolo do signo: um homem virando um jarro de água.

PEIXES


Pela lenda grega, Afrodite, deusa do amor, e seu filho Eros teriam se transformado em peixes para escapar do titã Tifon, que não suportava a água. Atena, deusa grega da sabedoria, criou a constelação para lembrar a fuga.



Referências

Texto: Capturado online de http://mundoestranho.abril.com.br/cultura/como-surgiu-o-horoscopo/ 

Imagens: google imagens

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

DEUSES DO EGITO


Quais são os principais deuses egípcios?

Você já deve ter ouvido falar em Rá e Osíris, mas e quanto a Bastet e Thoth?
Conheça os principais nomes do panteão.

Por Danilo Cezar Cabral
ILUSTRAS: Jean Magalhães
Fonte: Mundo Estranho




SET

O deus do caos é o responsável pelas guerras e pela escuridão. Matou o irmão, Osíris, mas perdeu a supremacia do Egito para o sobrinho Hórus. Tem a forma do porco-formigueiro – animal raro da África.


RÁ-ATUM

Principal deus egípcio, Rá é o responsável pela criação do mundo e representa o Sol. Ele é descrito de diversas formas, desde com a face de uma ave de rapina até como um escaravelho. Os egípcios acreditavam que seu rei (o faraó) era a encarnação de Rá.



ÍSIS

Dona de poderes mágicos, protetora e piedosa, a irmã-esposa de Osíris era muito popular – foi a última divindade egípcia a ser adorada na Europa antes da chegada do cristianismo. O rio Nilo nasceu das lágrimas que ela derramou quando Osíris morreu.


OSÍRIS

Descendente direto de Rá (o deus da criação), Osíris é o filho mais velho do casal Geb e Nut. Ele reinou sobre a Terra como o primeiro faraó do Egito. Isso até ser assassinado por seu irmão Set. A partir daí, Osíris virou o deus supremo e o juiz do mundo dos mortos.


NEPHTHYS


No vale-tudo da mitologia, foi irmã-esposa de Set e de Osíris. Após a morte deste, separou-se de Set e se juntou a sua irmã Ísis em luto. É associada ao culto dos mortos e mostrada às vezes como uma mulher ao lado de sarcófagos.




HÓRUS

Filho de Osíris e Ísis, tem cabeça de falcão e é o protetor dos faraós e das famílias. Quando perdeu o pai, lutou contra Set pelo trono de principal deus do Egito. Após intervenção de Osíris, direto do “Além”, os demais deuses aclamaram Hórus como líder supremo.


HATHOR

A esposa de Hórus é a deusa guardiã das mulheres (especialmente as grávidas) e protetora dos amantes. No Egito antigo, a vaca era considerada um animal gentil, por isso Hathor era representada com a cabeça ou as orelhas de uma vaca.


ANÚBIS

O deus com cabeça de chacal nasceu da união de Osíris e Nephthys. Foi ele quem criou a primeira múmia, ao preparar o corpo do pai assassinado. Tem papel importante na passagem para o mundo dos mortos.




BASTET

Ligada à fertilidade, é a deusa da sexualidade e do parto. Após o ano 1000 a.C., sua imagem ganhou a forma de gato – animal que para os egípcios traz boa sorte. É mais uma das filhas de Rá.


SEKHMETH

A poderosa deusa com cabeça de leoa é filha de Ra, mas reflete o aspecto destrutivo do Sol. Foi enviada por Rá para punir os humanos que passaram a adorar um deus em forma de serpente.


THOTH

Sua origem é polêmica: alguns textos o apresentam como filho de Rá, outros, como de Set. Com cabeça de uma ave – a íbis – é o deus da Lua, da sabedoria e da cura. É o patrono dos escribas e trouxe os hieróglifos ao Egito.


O MITO DA CRIAÇÃO
Separação de deuses irmãos marca origem do mundo dos humanos



1. Os primeiros filhos de Rá foram Shu (deus do ar) e Tefnut (deusa da umidade). Como é comum nessa mitologia, os irmãos formaram um casal e tiveram como filhos Geb (deus da terra) e Nut (deusa dos céus). Ao nascer, os netos de Rá se juntaram num abraço, formando outro casal.

2. Rá não gostou muito dessa história e ordenou a Shu que ele separasse os filhos. Este empurrou Nut para cima e pressionou Geb para baixo. Enquanto Nut se tornava o céu que cobre o mundo, Geb virou a terra em que vivemos. E Shu permaneceu entre os filhos, representando o ar que as pessoas respiram.


JULGAMENTO FINAL

O “inferno” para os egípcios era ser devorado por um deus após a morte




1. Toda pessoa ao morrer era recebida pelo deus Anúbis. Ele tinha a missão de pesar o coração dos mortos em uma balança, uma espécie de avaliação de como a pessoa havia se comportado em vida.

2. Após ter o coração pesado, o morto era encaminhado para um julgamento final perante Osíris, que o questionava sobre diversas passagens da vida. Nessa conversa, Osíris podia até aliviar a barra de quem tivesse o coração “reprovado na balança”.

3. Os aprovados viveriam para sempre em um paraíso similar à Terra na companhia dos deuses. Os reprovados eram devorados por Amnut, deusa representada pelos três animais mais temidos no Egito: ela tinha cabeça de crocodilo e corpo com partes de leão e de hipopótamo.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Este Homem Chamado Jesus

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Os Evangelhos




Quase tudo o que sabemos da vida de Jesus vêm de narrativas conhecidas comoevangelhos (palavra de origem grega que significa boa nova). A veracidade desses textos chegou a ser contestada por historiadores tão influentes quanto Ernest Renan (1823-1892) e teólogos tão importantes quanto Rudolf Bultmann (1884-1976).



De fato, vários evangelhos seguem a estrutura de um gênero literário muito apreciado na Antigüidade: os relatos sobre a vida de homens ilustres. Seus autores não tinham a preocupação de documentar rigorosamente os acontecimentos narrados. E misturavam, com muita liberdade, ingredientes históricos, lendários e doutrinários. É esse tempero peculiar que confere às obras seu sabor inconfundível.



As influências


São evidentes nos evangelhos as influências de antigas tradições judaicas, de mitologias pagãs (greco-romana e orientais) e de correntes esotéricas do século 1 d.C.. Mas isso não diminui sua confiabilidade como fontes de informação factual. Ultrapassando as objeções de Renan e Bultmann, os pesquisadores da atualidade tendem a valorizá-los cada vez mais.



Há um grande número de evangelhos. Apenas quatro são aceitos por todas as igrejas cristãs: os chamados canônicos (de acordo com a regra), atribuídos aos redatores Marcos, Mateus, Lucas e João. Os demais foram considerados apócrifos (não-autênticos). Porém, alguns deles vêm despertando grande interesse entre os estudiosos. É o caso do Evangelho de Tomé, redescoberto em Nag Hammadi, no Egito, em 1945.



O evangelho mais antigo, o de Marcos, deve ter sido redigido em sua forma final entre os anos 66 e 68 d.C. (certamente antes de 70 d.C.), data da destruição de Jerusalém pelos romanos, pois não há nele qualquer alusão a esse importante acontecimento. Na década de 80 d.C., apareceram, na forma como os conhecemos hoje, os evangelhos de Mateus e Lucas. Entre 90 e 110 d.C., concluiu-se a redação do evangelho de João. Na mesma época ou pouco depois, foi finalizado o Evangelho de Tomé.



Os evangelhos são narrativas confiáveis?

Um dos argumentos levantados contra a credibilidade dos evangelhos são as datas relativamente tardias de sua composição. Afirma-se que eles foram escritos várias décadas depois dos fatos narrados, quando a memória dos acontecimentos já estava deturpada. Mas esse ponto de vista é rejeitado hoje pelos especialistas. Pois cada evangelho passou por uma longa e complexa elaboração antes de chegar ao texto final. Para se ter uma idéia, o evangelho canônico mais recente, o de João, levou quatro décadas até alcançar sua forma definitiva. Isso já deslocaria a versão original dos anos 90-110 para os anos 50-70. É pouco provável que qualquer um dos evangelhos citados seja obra de um único homem. A análise textual indica que eles correram de mão em mão antes de assumirem o formato que conhecemos hoje.



Tudo começou com o Querigma

Os pesquisadores acreditam que, antes de qualquer registro escrito, se consolidou, muito cedo, uma tradição oral acerca da vida e da mensagem de Jesus. Seu núcleo era o querigma (palavra grega que significa anúncio). O querigma era uma fórmula curta, de forte impacto emocional, utilizada pelos discípulos para converter os ouvintes. Em torno dele, juntaram-se frases e parábolas atribuídas a Jesus e um relato mais detalhado de sua morte e ressurreição. À medida que as testemunhas oculares dos acontecimentos começaram a morrer, as comunidades cristãs sentiram a necessidade de fixar essa tradição por escrito. Os textos primitivos passaram, depois, por sucessivas reelaborações, nas quais o material original recebeu acréscimos, sofreu cortes ou foi adaptado às concepções do grupo a que pertenciam os redatores.


Por que sinóticos?

Em sua forma final, os quatro evangelhos canônicos aparecem redigidos em grego, o idioma falado pelos judeus que viviam fora da Palestina. O texto atribuído a Tomé é a versão em língua copta de um original grego. Os evangelhos de Marcos, Mateus e Lucas apresentam tantas semelhanças que era costume colocá-los em colunas paralelas, de modo que pudessem ser abarcados com um só olhar. Daí serem chamados de sinóticos. Eles possuem 330 versículos em comum. Acredita-se que sua redação passou por três etapas: a arcaica, a intermediária e a final. Ao longo dessas etapas, os redatores teriam se influenciado uns aos outros. E também utilizado materiais retirados de documentos independentes, jamais localizados.

Essa hipótese, baseada numa análise crítica dos textos finais, recebeu, em 1992, um reforço espetacular. Foi a descoberta, numa das grutas do sítio arqueológico de Qumran, na região do Mar Morto, em Israel, de um fragmento de papiro, datado do ano 50 d.C., onde se pode ler, em caracteres gregos, trechos de dois versículos do evangelho de Marcos. É impossível saber se o fragmento corresponde ao próprio evangelho ou a algum documento perdido, que o redator utilizou como fonte. De qualquer modo, o achado desmente a idéia de uma composição tardia e, portanto, pouco confiável das narrativas evangélicas. Duas décadas depois da morte de Jesus, sua história já estava sendo escrita.



A época em que Jesus viveu

Na época em que Jesus nasceu, os territórios que correspondem hoje a Israel e à Palestina se encontravam sob domínio romano. Antes disso, desde o século 6 a.C., a região fora conquistada sucessivamente por babilônios, persas e gregos. Roma consolidou sua ocupação em 63 a.C.. E, no ano 40 a.C., o estrangeiro Herodes foi proclamado rei da Judéia pelo senado romano. Seu pai, Antípatro, ocupara a função de procurador na administração romana - cargo cuja principal tarefa consistia em supervisionar a cobrança de impostos. Com muita habilidade política e nenhum escrúpulo, um exército de mercenários e as bênçãos de Roma, Herodes impôs seu reinado sobre um território que se estendia da Síria ao Egito. Foi chamado o Grande graças a um fabuloso programa de obras urbanísticas e arquitetônicas.



O governo de Herodes


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Em seu governo, Jerusalém e muitas outras cidades foram reurbanizadas à moda romana: cortadas de ponta a ponta por grandes avenidas (o cardo máximo), subdivididas por ruas formando ângulos retos e embelezadas com palácios, anfiteatros, hipódromos, piscinas e jardins. Acima de todas as obras, destacou-se a suntuosa reconstrução do Templo de Jerusalém, com a qual o rei esperava conquistar a simpatia dos judeus, que o odiavam. O preço desse frenesi de edificações foi a extorsão e a opressão ilimitadas do povo. Constantemente amedrontado pela idéia de perder o poder, Herodes recorreu a todo tipo de crime, inclusive o assassinato de membros de sua própria família. Quando ele enfim morreu, no ano 4 a.C., o reino foi dividido entre seus filhos Arquelau, Filipe e Herodes Antipas, que, sem possuírem o talento do pai, seguiram fielmente seu figurino político.

Jesus nasceu ainda no reinado de Herodes, viveu em territórios governados por seus filhos e morreu sob o poder do romano Pôncio Pilatos, procurador da Judéia entre 26 e 36 d.C.. Foi um período excepcionalmente conturbado na história do povo judeu. A cobrança de impostos, a opressão política e a ingerência estrangeira em assuntos religiosos despertavam exaltada oposição popular e geravam um clima de revolução iminente. Na década de 60 d.C., 30 anos depois da morte de Jesus, o país explodiu em levantes generalizados contra o domínio romano. A repressão a esse movimento insurrecional culminou, em 70 d.C., com a destruição de Jerusalém pelas legiões comandadas por Tito, futuro imperador de Roma.



MAIS SOBRE JESUS EM:


O Nascimento


O Aprendizado


O Libertador


Um Iniciado


Confronto e Condenação


A Morte e os Presságios de Ressurreição


O Verdadeiro Rosto

terça-feira, 20 de setembro de 2016

O Verdadeiro Rosto de Jesus


Sabe aquela imagem de Jesus, de cabelos alourados e traços bem europeus?

Estudos mais recentes comprovam que esse pode não ser o rosto verdadeiro do Mestre. Acompanhe aqui as tentativas de desvendar a real face de Cristo.



O Cristo Pantocrator

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Os evangelhos canônicos nada dizem sobre a aparência de Jesus. E as primeiras imagens cristãs, produzidas sob influência da arte romana, o mostravam como um jovem imberbe, de cabelos frisados. Tal forma de representação sofreu uma brusca mudança no século VI d.C. Foi quando os religiosos do mosteiro de Santa Catarina, no Egito, produziram um magnífico ícone, que apresenta Jesus de barba, longos cabelos repartidos ao meio, e feições muito próximas do tipo semítico. Esse ícone - o Cristo Pantocrator do Sinai - tornou-se um modelo para a posteridade e ainda impressiona pelo realismo, beleza e majestade. Que fator teria provocado essa mudança na representação de Jesus?




O desafio do Santo Sudário

Utilizando uma sofisticada técnica de superposição de imagens, o pesquisador americano Alan Whanger, da Universidade de Durham, na Carolina do Norte, obteve nada menos do que 170 pontos de congruência entre a face desse ícone e a figura impressa no Santo Sudário - um tecido de linho, que, segundo a tradição, teria sido o lençol mortuário de Jesus.


Resultado de imagem para O verdadeiro rosto de jesusA autenticidade do Santo Sudário é um assunto extremamente polêmico. Nenhum objeto foi tão estudado quanto essa relíquia, guardada na catedral de Turim, Itália. E dezenas de livros e artigos foram escritos a favor ou contra a tradição de que ele tenha envolvido o corpo de Jesus morto.

Uma datação feita em 1988, com base no método do carbono 14, fixou como período de fabricação do tecido os anos compreendidos entre 1260 e 1390. Concluiu-se então, apressadamente, que o lençol seria uma fraude medieval. Porém a qualidade desse teste foi contestada por especialistas com as melhores credenciais científicas. E Harry Grove, principal responsável pela datação, admitiu que a grande contaminação que o pano sofreu ao longo dos séculos pode ter falseado seus resultados.

A questão continua em aberto. Não se trata de desenvolvê-la aqui. Mas vale lembrar a opinião de vários pesquisadores que associam o Sudário ao Mandylion de Edessa, uma relíquia venerada em território bizantino desde o século VI d.C. e desaparecida durante o saque de Constantinopla pelos cruzados, em 1204. Se for verdadeira, a hipótese de que o Mandylion era o Sudário restabelece a conexão entre o lençol de Turim e os primeiros tempos do cristianismo. E fortalece a opinião de que esse pano tenha sido utilizado no sepultamento de Jesus.










Retrato de Jesus

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Nesse caso, o estudo da imagem do Sudário forneceria informações detalhadas de como teria sido a aparência de Jesus: 

Ele teria aproximadamente 79 kg de peso e 1,80 m de altura - pouco mais do que a estatura média dos judeus adultos do século 1, estimada em 1,77 ou 1,78 m; 

Seria um homem musculoso - o que converge com a informação dos evangelhos de que exercia a profissão de carpinteiro e fazia longas viagens a pé; 

Possuiria barba e cabelos longos, trançados abaixo do pescoço - uma moda comum entre os homens judeus de sua época; 

Seus traços faciais seriam característicos do grupo racial semita - o que diverge dos retratos convencionais, inspirados pela arte renascentista européia, que o mostram com olhos azuis e cabelos ruivos.


Morte, os Presságios e a Ressurreição

Conheça aqui os eventos dramáticos da Via Crucis e os acontecimentos

inexplicáveis e extraordinários que ocorreram logo
após a morte de Jesus.



A cruz

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Ela não era alta e imponente como imaginaram os pintores renascentistas e os cineastas americanos. Era baixa, acanhada, quase insignificante em sua crueldade. Fabricada a partir de uma árvore de pequeno porte, a oliveira palestinense, a cruz não excedia a altura de um homem. Para acomodar-se nela, a vítima devia ser pregada com os joelhos dobrados. Havia três categorias de cruzes. A mais simples não ia além da própria árvore, com os galhos aparados. A intermediária utilizava o tronco ainda enraizado da oliveira, ao qual se amarrava com cordas uma barra horizontal, conduzida ao local de execução pelo próprio condenado. A mais sofisticada consistia num poste rústico, feito a partir do tronco e permanentemente fixado no chão; nele, a barra era encaixada por meio de uma fenda. Nos três casos, um pequeno suporte horizontal permitia à vitima sentar-se, impedindo que seus pulsos rompessem devido à ação do peso e prolongando-lhe a agonia.



Os ferimentos

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Apesar de Jesus não ter carregado a cruz inteira, como supôs a piedosa imaginação popular, a barra horizontal era suficientemente pesada para lhe ter provocado grandes hematomas nas costas. Ao menos, é o que se depreende da dramática imagem do Santo Sudário. Ainda mais impressionantes são os sinais de 90 a 120 ferimentos, causados pelo açoite. E 72 perfurações na cabeça, produzidas pela coroa de espinhos. Os pregos, de cerca de 18 centímetros, não lhe foram afixados nos meios das mãos, como se acreditou durante muito tempo. Mas numa parte do pulso conhecida pelos anatomistas como espaço de Destot, entre os ossos rádio e una. Se o traspassamento tivesse ocorrido nas mãos, estas teriam rasgado com o peso do corpo. No espaço de Destot, a introdução dos pregos assegurava uma firme sustentação na cruz. Um terceiro prego, juntando os dois pés, completava a fixação.



Morte por asfixia

Resultado de imagem para Crucificação de Jesus DestotNa cruz, os braços altos dificultavam a respiração do condenado; os líquidos se acumulavam nos pulmões; e a morte sobrevinha por asfixia. Para tomar fôlego durante a longa agonia, as vítimas erguiam-se várias vezes de seus assentos, sustentando-se nos três pregos. Por isso, após várias horas de suplício, suas pernas eram quebradas, de modo a acelerar a morte. A análise do Sudário mostra que esse procedimento de rotina não ocorreu no caso do homem cuja imagem ficou gravada no tecido - o que concorda com a narrativa dos evangelhos, segundo a qual não foi quebrado nenhum dos ossos de Jesus.A estocada de lança, um golpe de misericórdia, perfurou o peito do homem quando ele já se encontrava morto. Um forte jato de hemácias (a parte vermelha do sangue) seguido de um fluxo de plasma (a parte clara) prova que grande quantidade de sangue se acumulara e decantara no pericárdio. E essa informação outra vez converge com o texto bíblico, que fala"num jorro de sangue e água".



Presságios e acontecimentos extraordinários

Era comum os crucificados sobreviverem por até três dias. Talvez devido às terríveis torturas que sofreu na casa de Caifás e entre os soldados romanos, Jesus morreu em apenas seis horas.

Os evangelhos narram diversos acontecimentos, que teriam pontuado essas horas dramáticas. A narrativa mais detalhada, a de Mateus, diz que "desde a hora sexta até a hora nona, isto é, do meio dia as três da tarde, houve treva em toda a terra".

Quando Jesus exalou o último suspiro, o véu do Santuário se rasgou em duas partes, de cima a baixo, a terra tremeu e as rochas se fenderam. Se as trevas mencionadas pelo evangelista corresponderem a um eclipse, a morte de Jesus deve ter ocorrido no ano 30 d.C., quando se deu um evento dessa natureza. Considerando que Jesus nasceu entre os anos 8 e 6 a.C., ele deve ter vivido então de 36 a 38 anos, e não 33 conforme fixou a antiga tradição cristã.



A ressurreição

Para os discípulos e outros que acreditaram nele, a morte de Jesus deve ter sido um golpe demolidor. Surpresos com a rapidez dos acontecimentos, aturdidos com um desfecho que contrariava suas expectativas, amedrontados com o possível alargamento da repressão, eles certamente sentiram o chão ceder debaixo dos pés. Que perplexidade, que angústia, que desalento! No entanto, toda a sua perspectiva se refez com a notícia da ressurreição. Manipulação? Metáfora? Milagre? Como interpretar esse derradeiro mistério?



O sepulcro vazio

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Segundo o teólogo Leonardo Boff, a análise crítica dos evangelhos sugere que se constituíram inicialmente dois relatos independentes acerca da ressurreição: o do sepulcro vazio, visto pelas mulheres que foram visitá-lo na manhã do terceiro dia após a morte; e o da aparição do mestre ressuscitado aos discípulos.



O Mestre em carne e osso

Mais tarde esses dois retalhos da tradição oral foram costurados na composição dos evangelhos. A narrativa resultante é muito sumária em Marcos e Mateus e bem mais extensa e inspiradora em Lucas e João. O texto dos Atos dos Apóstolos, uma obra também atribuída ao evangelista Lucas, fixa em 40 dias o tempo de permanência de Jesus ressuscitado na Terra. O evangelho gnóstico Pistis Sophia prolonga a estadia para 11 meses e apresenta os ensinamentos esotéricos supostamente comunicados durante esse período. Os canônicos afirmam que os discípulos não reconhe-ceram Jesus num primeiro momento. E o fazem aparecer e desaparecer de cena misteriosamente. Certas correntes do cristianismo primitivo interpretaram esses dados como indícios de que o mestre voltara à Terra num corpo sutil. No entanto, em Lucas, o próprio Jesus insiste na materialidade de seu corpo: "Vede minhas mãos e meus pés: Sou eu! Apalpai-me e entendei que um espírito não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho".



A ressurreição à luz das religiões orientais

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O mistério da ressurreição certamente escapa à capacidade interpretativa da ciência atual. Mas a idéia da transmutação do corpo físico e da conquista da imortalidade não é estranha à antigas tradições espirituais como o shivaísmo indiano e o taoísmo chinês. Embora extrema-mente rara - dizem - essa possibilidade estaria no horizonte de todo ser humano. E teria sido alcançada pelos siddhas (perfeitos): homens e mulheres que, pela devoção integral a Deus, pelo exercício sistemático da auto-observação e pela prática intensiva das diversas disciplinas da yoga, supostamente atingiram um estágio supremo de desenvolvimento, realizando a essência divina em todos os planos da existência. Essa hipótese permite-nos enxergar Jesus por mais um ângulo. E acrescenta uma nova configuração a sua imagem caleidoscópica


Jesus: o Confronto e a Condenação

Uma semana antes de ser executado, Jesus foi recebido como um rei em Jerusalém.
Como foi que o grande mestre aclamado por todos se tornou um condenado?
Percorra os meandros das manobras políticas que
acabaram levando Jesus à morte.



O poder do grande Templo de Jerusalém

Nos tempos antigos, havia vários santuários espalhados pelo país e a prática religiosa estava muito mais próxima da vida cotidiana do povo. Mas, no século 7 a.C., uma reforma violenta, realizada de cima para baixo, modificou profundamente o formato do culto judaico. Ela ocorreu durante o reinado de Josias, que se estendeu de 640 a 609 a.C.


Sob o pretexto de depurar a religião das influências pagãs, herdadas dos povos vizinhos, Josias destruiu os antigos santuários, queimou seus objetos sagrados, massacrou seus sacerdotes e centralizou o culto em Jerusalém.


Por trás de seu furor reformista, havia um inconfessável objetivo político: centralizar o culto e obrigar o povo a acorrer a Jerusalém nas datas estabelecidas era uma forma de unificar o país em torno da casa real de Judá. A centralização do culto fortaleceu a casta sacerdotal e enriqueceu seus integrantes mais ilustres.



A cobrança pelos sacrifícios

Com a desagregação da monarquia, esse alto clero assumiu o controle da vida nacional. As bases econômicas de seu poder eram os sacrifícios diários de animais (bois, carneiros, pombos) e a cobrança de impostos realizados no Templo. Os animais a serem sacrificados passavam por um rigoroso controle de qualidade, baseado nas regras de pureza estabelecidas no livro do Levítico. Essa "peneira fina" barrava os animais trazidos pelos fiéis, que, em seu lugar, deviam comprar outros, vendidos nos pátios do Templo. "Coincidentemente", esses animais aptos eram criados pelas próprias famílias sacerdotais ou por grandes proprietários com elas relacionados.

Os preços flutuavam de acordo com a demanda. E disparavam na época das festas religiosas. Um pombo, o animal mais barato, chegava a custar então cem vezes o seu preço normal, sendo comercializado por um denário (quantia equivalente ao salário pago por um dia de trabalho).

Estudos recentes dão uma idéia da importância econômica dessas transações. Eles informam que, numa única data da vida de Jesus, por ocasião da Páscoa, foram imolados no Templo nada menos do que 250 mil cordeiros!




O comércio religioso

Os altos sacerdotes não lucravam apenas com a venda dos animais. Tiravam proveito também da conversão do dinheiro utilizado no pagamento. Pois as moedas correntes não podiam entrar no Templo. O motivo alegado era que se tratava de dinheiro impuro. Mas a verdadeira causa estava na corrosão de seu valor real devido à inflação. Tanto é que as moedas comuns deviam ser trocadas pela tetradracma tíria, cunhada na cidade de Tiro, na Fenícia, atual Líbano.

Em matéria de pureza ritual, dificilmente poderia ser encontrado algo menos adequado do que esse dinheiro estrangeiro, que trazia, numa das faces, a imagem do deus pagão Melkart, protetor dos tirenses, e, na outra, a águia de Júpiter, principal divindade dos romanos. A diferença é que a tetradracma tíria era uma moeda forte, que não sofreu qualquer desvalorização num período de 300 anos. Pela troca do dinheiro, os cambistas, aliados dos sacerdotes, cobravam um ágio de 8%.

Além dos sacrifícios de animais e do câmbio, a casta sacerdotal locupletava-se ainda com a cobrança do dízimo. Todo judeu do sexo masculino, com mais de 20 anos, era obrigado a pagar. E o Templo possuía o cadastro de cerca de um milhão de contribuintes, dentro e fora da Judéia. Não admira que judeus puritanos, como os essênios, abominassem o sistema econômico-político-religioso estruturado em torno do Templo.

Muitos deles eram ex-sacerdotes, que haviam renunciado à sua proveitosa condição por razões de consciência. Quando Jesus virou as mesas dos cambistas e expulsou os vendedores de animais do Templo, ele se chocou de frente contra essa máquina poderosa. A resposta não se fez esperar. Dias depois, o Sinédrio (o senado de Israel) o condenou à morte.




A condenação

Controlado pelas duas famílias sacerdotais mais poderosas de Israel, as de Anás e Caifás, o Sinédrio - Sanhedrim, em hebraico - era o braço político do sistema de poder estruturado em torno do Templo de Jerusalém. Não por acaso, esse órgão se reunia nas dependências do Templo, na Sala da Pedra Talhada. A ele cabiam todas as decisões de natureza legal ou ritual. E sua autoridade se estendia às populações judaicas que viviam fora da Palestina. Era composto por 70 membros, escolhidos entre os homens mais ilustres da comunidade (saduceus, doutores da lei, fariseus) e presidido pelo sumo sacerdote em exercício. Foi essa instituição, de certo modo semelhante ao senado romano, que condenou Jesus.





A ameaça Jesus

O Sinédrio não se respaldava numa longa tradição. Pois sua existência remontava apenas ao século 2 a.C. e encerrou-se em 66 d.C.. Também não desfrutava de sólida legitimidade política aos olhos da população, devido a sua política de colaboração com os romanos. Por isso, seus chefes se sentiram altamente ameaçados com a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Eram suficientemente ardilosos, porém, para tirar vantagem do desapontamento popular causado pela recusa de Jesus em assumir o papel de líder messiânico. Traído pelo zelota Judas quando se encontrava em oração no monte das Oliveiras e preso pelos soldados do sumo sacerdote Caifás, o mestre foi levado a uma masmorra existente na casa deste último e cruelmente espancado.



Por que Pôncio Pilatos lavou as mãos?

Segundo o relato de Mateus, o Sinédrio condenou Jesus à morte sob a acusação de blasfêmia. A instituição não tinha, porém, autoridade para executar o condenado, pois algumas de suas antigas atribuições haviam sido cassadas por Roma. Por isso, Caifás encaminhou Jesus a Pôncio Pilatos. Para a mentalidade pragmática de um procurador romano, a acusação, de caráter religioso, não fazia o menor sentido. Daí a hesitação de Pilatos em ratificar a sentença. Mas, no final, ele acabou cedendo.


Numa época de aguda fermentação política, os romanos crucificavam aos milhares. Somente na repressão ao levante nacionalista do ano 4 d.C., dois mil judeus foram crucificados. Ao seu olhar insensível, Jesus era apenas mais um. Por que se indispor com o Sinédrio por causa dele?