Você sabe o que é MAÇONARIA? De onde veio? O que faz?
O martírio do arquiteto jamais foi comprovado. Mesmo assim, significa
muito para os maçons. Em The Meaning of Masonry (“O Significado da
Maçonaria”, inédito no Brasil), o maçom britânico W.L. Wilmshurst
interpreta a morte do mestre como um desastre moral para a humanidade –
como se a chama do conhecimento tivesse sido apagada. “Agora, neste
mundo escuro, ainda temos os 5 sentidos e a razão, que vão nos
proporcionar os segredos substitutos”, escreve Wilmshurst. A maçonaria,
portanto, seria um sistema filosófico que discute o Universo e nosso
lugar dentro dele. Quanto mais o maçom sobe os degraus da confraria,
mais perto ele chega da Luz – ou seja, o pensamento racional.
A história de perseguição explica por que os maçons desenvolveram
códigos para se reconhecer no meio de outras pessoas. No aperto de mão,
por exemplo, um tocaria com o indicador no pulso do outro. Ao se
abraçar, eles colocariam um braço por cima, outro por baixo, em X, e
bateriam 3 vezes nas costas. Mais uma forma de comunicação em lugares
públicos seria ficar em posição ereta e com wos pés em forma de
esquadro.
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Leia o artigo da revista Superinteressante edição de novembro - 2008 e descubra tudo sobre esta sociedade secular.
Mistérios elucidados sobre os maçons
Entramos num templo maçom, bisbilhotamos cada canto e comprovamos: a sociedade secreta já não é tão secreta assim - mas continua uma das mais influentes do mundo
por Texto Eduardo Szklarz, de Buenos Aires
A maçonaria já foi acusada de tudo: fazer rituais sinistros, promover orgias, querer
dominar o mundo... Até de estar por trás dos assassinatos de Jack, o
Estripador. Muita gente acredita que a organização controla governos e
que seus integrantes usam cargos públicos para se ajudar mutuamente. Os
maçons, no entanto, garantem que quase tudo isso é besteira. Eles não
passariam de um grupo filosófico, filantrópico e progressista.
Reconhecem que ajudam uns aos outros, mas que o dever de auxiliar um
irmão está sempre sujeito à obrigação maior de cumprir a lei. Afinal,
qual é a verdade sobre essa sociedade secreta?
Para começar, a maçonaria não é tão secreta assim. Em vários países,
inclusive no Brasil, todo mundo sabe onde ficam as lojas maçônicas e
quem são seus membros. Maçons publicam revistas e divulgam suas idéias
em sites da internet. E, se antes mantinham seus templos imersos numa
aura de mistério, hoje permitem visitas. Nossa reportagem entrou no
templo da Grande Loja da Argentina de Maçons Livres e Aceitos, situada
na rua Perón, 1242, em Buenos Aires. Durante 3 horas, conversamos com
diversos integrantes da maçonaria – e muitos nos entregaram cartões em
que se identificavam como membros da ordem.
A julgar por iniciativas desse tipo, parece que a organização nunca
foi tão aberta como hoje. Será que o grande segredo da maçonaria é não
ter segredo algum, como dizem alguns irmãos? Pode ser. Mas o certo é que
eles ainda mantêm sessões a portas fechadas. Angel Jorge Clavero,
grão-mestre da Grande Loja da Argentina, tem uma explicação para isso.
“A maçonaria não é secreta, mas discreta. As cerimônias que realizamos
aqui só interessam a nós, são reservadas aos iniciados.” Para Clavero, é
exatamente o que ocorre em qualquer reunião, seja de condomínio ou da
diretoria de uma multinacional. “Se você não é dono de um apartamento no
prédio ou diretor da empresa, não vão deixá-lo entrar.
VÁRIAS MAÇONARIAS
O argumento do grão-mestre faz sentido. Por outro lado, diretores de
empresas não costumam se reunir para debater filosofia, vestidos com
aventais coloridos e rodeados de objetos simbólicos. Além disso, nem
você nem seus vizinhos de apartamento precisam jurar segredo absoluto
sobre o que foi discutido na reunião de condomínio. Na maçonaria, é
assim que as coisas funcionam. Para entender os porquês disso tudo, o
primeiro passo é levar em conta que não existe uma só, mas várias
maçonarias.
A organização é uma rede global, hoje composta de cerca de 6 milhões
de integrantes espalhados pelos 5 continentes. Os rituais variam muito,
de um país para outro. Cada loja tem autonomia, mesmo que pertença a uma
federação nacional ou continental. Algumas usam a Bíblia em suas
reuniões. Outras, a Torá ou o Alcorão. Essa diversidade permite que os
símbolos maçônicos tenham várias interpretações. E foi graças a ela que
personalidades extraordinariamente distintas já vestiram o avental da
irmandade: de Mozart a dom Pedro 1º, de Winston Churchill a Hugo Chávez
(leia mais no quadro das págs. 14 e 15).
Mas as maçonarias também têm muito em comum. Todas elas,
independentemente do país, defendem os ideais de liberdade, igualdade e
fraternidade. Veneram o Grande Arquiteto do Universo – como se referem a
Deus. E exigem requisitos dos iniciados, que, depois de passar por uma
cerimônia de iniciação, vão galgando postos e acumulando mais e mais
conhecimentos. Embora proíbam falar de política e religião dentro do
templo, os maçons continuam tendo o poder e a influência de sempre. A
mesma que eles usaram para orquestrar capítulos decisivos da história,
como a independência do Brasil, dos EUA e de quase todos os países da
América Latina.
A origem da maçonaria é um mistério até para os maçons. Uma das
teorias diz que ela surgiu há cerca de 3 mil anos, durante a construção
do Templo de Salomão, em Jerusalém. O rei israelita teria recrutado o
arquiteto Hiram Abif, mestre na arte de talhar pedras, que ensinava os
mistérios do ofício apenas a pedreiros escolhidos a dedo. No fim da
obra, 3 artesãos exigiram que ele lhes contasse os segredos. Abif
recusou-se e acabou sendo assassinado por isso.

Outra tese afirma que os maçons são herdeiros dos templários, os
cavaleiros que viajaram à Terra Santa no século 12 para defender os
cristãos, mas acabaram perseguidos pela Igreja. E existe também quem
defenda uma origem ainda mais remota, no Egito dos faraós ou na Grécia
antiga. Para a maior parte dos historiadores , contudo, foi na Europa
medieval que a maçonaria assentou suas bases. Ela teria começado na
forma de sindicatos de pedreiros (masons, em inglês), que construíam
monumentos para religiosos e monarcas – entre eles a Ponte de Londres e a
Catedral de Westminster, também na capital da Inglaterra.
“Os pedreiros ingleses almoçavam e deixavam suas ferramentas em
pequenas casas chamadas lodges [lojas]”, explica o jornalista americano
H. Paul Jeffers no livro Freemasons (“Maçons”, sem tradução para o
português). Assim como Abif, eles mantinham em segredo seus métodos de
construção, pois eram a garantia de melhores salários.
Esses sindicatos floresceram até o século 16, quando os pedreiros
tiveram uma surpresa. Abalada pela Reforma Protestante e pela rixa com o
rei Henrique 8º, a Igreja parou de construir catedrais. Resultado:
contratos para novas obras minguaram. “A maçonaria entrou em crise e
sofreu uma grande mudança. Tudo que era ligado à prática do ofício na
pedra passou a ser alegórico, e as ferramentas viraram símbolos na
contemplação dos mistérios da vida”, diz Jeffers. A ordem deixou de ser
“operativa” para ser “especulativa”. E as lojas maçônicas passaram a
interpretar esses símbolos por meio de conceitos morais, éticos e
filosóficos. A sociedade foi aberta a outros profissionais, como os
cientistas, e deixou-se influenciar até pela alquimia.
Em 1717, 4 lojas de Londres se uniram na Grande Loja Unida da
Inglaterra, que marcou o início da maçonaria atual. Em 1723, o maçom
James Anderson compilou a tradição oral da irmandade numa constituição,
cujos lemas eram ciência, justiça e trabalho. Quem não gostou de nada
disso foi a Igreja, sentindo seu poder ameaçado por um grupo que
rejeitava dogmas, aceitava seguidores de outras crenças e era contra a
influência da religião na vida pública. Pior: discutia seus assuntos em
segredo, o que só aumentava a desconfiança da Santa Sé. Em 1738, o papa
Clemente 12 emitiu uma bula em que excomungava a maçonaria – ratificada
em 1983 pelo cardeal Joseph Ratzinger, atual papa Bento 16.
O tiro saiu pela culatra. Quanto mais a maçonaria era difamada, mais
ela atraía revolucionários – entre eles, o libertador sul-americano
Simon Bolívar e o herói da independência americana Benjamin Franklin. A
Revolução Francesa também assumiu os valores maçônicos, mas não com a
intensidade que muitos imaginam. “Do mesmo jeito que alguns
revolucionários franceses eram maçons, como Jean-Paul Marat, alguns
opositores da revolução também eram”, diz o historiador inglês Jasper
Ridley no livro The Freemasons (“Os Maçons”, inédito no Brasil). No
século 20, a Igreja continuaria no encalço da maçonaria.
CÓDIGOS SECRETOS

Em seus textos, os maçons abreviam as palavras usando 3 pontos em
forma de delta. Exemplos: “Ir” é irmão, “Loj” é loja. Hoje, boa parte
desses segredos já virou de domínio público. Tanto que o termo usado
pelos maçons para se referir a Deus – Jahbulon, resultado da união dos
nomes Javé, Baal e Osíris – aparece em quase 30 mil páginas na internet.
Para ingressar na maçonaria, é necessário ter ficha limpa, ser maior
de idade e acreditar em um deus, seja ele qual for. O candidato precisa
ser convidado por um maçom e só se torna aprendiz após ser aceito numa
cerimônia de iniciação no templo, onde se compromete a não revelar o que
escutar ali dentro.
“Nossa meta é formar homens melhores, ensiná-los a se libertar dos
dogmas e a pensar por si mesmos”, diz o grão-mestre argentino Jorge
Clavero. “A maçonaria não é como um partido político, que fixa posições.
Ela atua na sociedade por meio de seus homens, silenciosamente. O
iniciado faz sua obra entre a família, os amigos e em seu local de
trabalho.”
Degraus do conhecimento
No Brasil, o rito mais praticado é o escocês, mas o de York prevalece no resto do mundo
1º grau - Aprendiz iniciado
2º grau - Companheiro de ofício
3º grau - Mestre maçom
4º grau - Mestre secreto
5º grau - Mestre perfeito
6º grau - Secretário íntimo
7º grau - Preboste e juiz
8º grau - Intendente dos edifícios
9º grau - Mestre eleito dos 9
10º grau - Mestre eleito dos 15
11º grau - Cavaleiro eleito dos 12
12º grau - Grão-mestre arquiteto
13º grau - Mestre do 9º arco
14º grau - Grão-eleito perfeito e sublime
15º grau - Cavaleiro do Oriente
16º grau - Príncipe de Jerusalém
17º grau - Cavaleiro do Oriente e do Ocidente
18º grau - Cavaleiro Rosacruz
19º grau - Grão-pontífice
20º grau - Mestre ad Vitam
21º grau - Patriarca noaquita
22º grau - Príncipe do Líbano
23º grau - Chefe do tabernáculo
25º grau - Cavaleiro da serpente de bronze
26º grau - Príncipe da mercê
27º grau - Comendador do templo
28º grau - Cavaleiro do Sol
29º grau - Cavaleiro de Santo André
30º grau - Cavaleiro kadosh
31º grau - Grão-inspetor inquisidor comendador
32º grau - Sublime príncipe do real segredo
33º grau - Soberano grão-inspetor geral
RITO DE YORK
Mestre de marca
Past master (virtual)
Mui excelente mestre
Maçom do real arco
Mestre real
Mestre eleito
Mestre superexcelente
Ordem da Cruz Vermelha
Ordem dos Cavaleiros de Malta
Ordem dos Cavaleiros Templários
Rumo ao topo da pirâmide
A escalada na hierarquia pode levar uma vida inteira
A estrutura da maçonaria tem a forma de duas escadas que começam e
terminam juntas. O 1º passo do candidato é se tornar aprendiz. O 2º
nível é o de companheiro de ofício e o 3º, de mestre maçom. Os 3 degraus
iniciais são comuns ao rito escocês e ao de York. Depois disso, quem
quiser subir na hierarquia deve escolher entre os dois sistemas
ritualísticos. No escocês são 33 graus, enquanto o de York tem apenas
10. A história dos ritos também é diferente: para muitos estudiosos da
maçonaria, o ritual escocês foi fundado na França por imigrantes que
fugiam de perseguições. Já o de York surgiu na cidade inglesa de mesmo
nome, onde teria sido aberta a primeira loja maçônica da Grã-Bretanha.
No Brasil, o rito mais praticado é o escocês, mas estima-se que 85% dos
maçons em todo o mundo pratiquem o de York.Alguns personagens
importantes da tradição maçônica aparecem sobre os degraus desta
ilustração, publicada pela primeira na revista americana Life, em 1956.
Entre eles, o rei Salomão (indicando o caminho na base do rito escocês),
que construiu o 1º Templo de Jerusalém, e George Washington (no 20º
grau do mesmo rito, mestre ad Vitam), primeiro presidente dos EUA. Sob o
arco estão as organizações irmãs da maçonaria. Mestres maçons são
aceitos na Grotto e na Altos Cedros do Líbano. Meninas que têm um maçom
na família podem ingressar na Filhas de Jó ou na Ordem das Garotas do
Arco-Íris; mulheres, na Estrela do Oriente; e rapazes, na DeMolay.
Apenas maçons de grau 32 e Cavaleiros Templários podem entrar para o
Shrine. E a mulher de um Shrine pode ser uma Filha do Nilo.
Até na lua!
De presidente a astronauta, maçons que entraram para a história
GEORGE WASHINGTON - 1732-1799
Foi o primeiro e único a exercer ao mesmo tempo os cargos de mestre
de uma loja e presidente dos EUA. Um terço dos presidentes americanos
foram da maçonaria.
AMADEUS MOZART - 1756-1791
Um dos maiores compositores de todos os tempos, ingressou na
maçonaria a convite de Joseph Haydn, outro gênio da música, membro de
uma loja em Viena.
DOM PEDRO 1º - 1798-1834
Chegou ao posto de grão-mestre no Brasil. Deixou a maçonaria assim
que foi declarado imperador e proibiu os trabalhos da organização no
país, temendo que seu poder fosse contestado.
WINSTON CHURCHILL - 1874-1965
Primeiro-ministro britânico durante a 2ª Guerra Mundial, foi iniciado
em 1901, aos 26 anos de idade, na loja maçônica Studholme, em Londres,
quando já era parlamentar.
HUGO CHÁVEZ - 1954-
Iniciado por um guarda-costas, segue os passos de outros maçons
históricos que ele adora citar em discursos, entre eles: Simon Bolívar,
José Martí e San Martín.
NEIL ARMSTRONG - 1930-
O primeiro homem a pisar na Lua era maçom. Ele teria vestido seu avental
sobre o traje lunar durante a missão da Apolo 11, mas não há provas de
que isso realmente tenha acontecido.
Para saber mais
• Freemasons
H. Paul Jeffers, Kensington Publishing, 2005 (em inglês).
Por dentro do templo maçônico
Um passeio pela Grande Loja da Argentina de Maçons Livres e Aceitos, com explicação para tudo que você veria lá dentro
• ALTAR
Corresponde ao Santo dos Santos, o lugar mais sagrado do antigo
Templo de Jerusalém. A poltrona central é usada apenas pelo
venerável-mestre, que conduz os rituais.
• COMPASSO E ESQUADRO
Remetem ao tempo em que os maçons eram pedreiros. Por desenhar
círculos perfeitos, o compasso representa a busca da perfeição. Já o
ângulo reto do esquadro sugere honestidade. A letra “G” vem de God –
“Deus” em inglês.
• SOL E CÉU AZUL
São vários os significados atribuídos ao Sol na maçonaria. Rente ao
teto do templo, ele pode ser interpretado como conhecimento e
esclarecimento mental ou intelectual. O céu azul simboliza a natureza e o
Universo.
• CIÊNCIA, JUSTIÇA E TRABALHO
Os 3 adultos à esquerda, neste quadro do italiano Enrique Fabris,
representam a ciência (ancião com a tocha da razão), a justiça (mãe
carregando o filho) e o trabalho (homem vigoroso com ferramentas). A
esfinge central refere-se à sociedade iniciática e o longo caminho a ser
seguido pelo homem na busca do conhecimento. O Sol simboliza a
natureza, presente em seus 4 elementos: água, fogo, ar e terra. Deles,
apenas a água não pode ser dominada pelo homem – daí o mar revolto no
quadro.
• AVENTAL
Símbolo de trabalho, ele protege o maçom e indica seu grau (na foto,
Angel Jorge Clavero, grão-mestre da Loja Argentina de Maçons Livres e
Aceitos). As luvas, sempre brancas, significam pureza, retidão moral e
igualdade.
• ESTRELA DO ORIENTE
Com 5 pontas, ela simboliza o homem em seus 5 aspectos – físico,
mental, emocional, intuitivo e espiritual. Ao fundo, observa-se a
pirâmide com o olho que tudo vê, uma alusão a Deus.
• PISO XADREZ
Representa povos do mundo unidos pela maçonaria. Os triângulos e
quadrados simbolizam a harmonia que pode existir na diversidade. Também
sintetizam os contrários: Bem e Mal, corpo e espírito.
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Texto capturado online 02/04/2013 em: http://super.abril.com.br/cultura/misterios-elucidados-macons-447848.shtml
Imagens capturadas online 02/04/2013 em: http://resistenciacristaj.blogspot.com.br/2010/06/ordem-mais-famosa-das-sociedades.html
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=klhQO74dVJI
Imagens capturadas online 02/04/2013 em: http://resistenciacristaj.blogspot.com.br/2010/06/ordem-mais-famosa-das-sociedades.html
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=klhQO74dVJI