Anúncios

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Alquimia








O significado da Alquimia pode assumir diversas conotações de acordo com o contexto em que é aplicada e da forma como é interpretada. A alquimia pode ser considerada uma modalidade de ciência, talvez a mais antiga da história da humanidade, que originou diversas outras, inclusive a química contemporânea. Porém, não é possível classificá-la apenas como uma ciência. Isto porque, na alquimia, inclui-se diversos elementos místicos, filosóficos e metafóricos; além de uma linguagem simbólica e interpretativa. Assim, podemos classificá-la genericamente como uma antiga tradição que combina química, física, arte e ocultismo.



Por esse motivo, a alquimia também é classificada como uma ciência ou arte hermética. Neste caso,hermético é uma alusão direta ao lendário Hermes Tris- megistus e significa de difícil acesso e compreensão, reservado apenas para os Iniciados nas artes ocultas.


Esta camada de incertezas relaciona-se também quando se discute a origem da palavra. Alquimia pode ser originada no vocábulo árabe kimia, que por sua vez, deriva-se da palavra egípcia keme, que significa terra negra e era uma das formas usadas para referir-se ao Egito, país onde provavelmente surgiu a alquimia. Ainda, pode-se considerar que a palavra tenha surgido da expressão árabe al khen que tem raiz grega na palavraelkimya e significa o país negro. Também cogita-se uma origem direta no grego, na palavra chyma que se relaciona à fundição de metais.


Os preceitos da alquimia se encontram condensados na misteriosa Tábua Esmeralda. A esmeralda era considerada a pedra preciosa mais bela e com uma simbologia maior.


Uma das características principais dos tratados alquímicos é a linguagem complexa e rebuscada na qual são redigidos. Durante a Idade Média, isto poderia ser um recurso usado pelos alquimistas para que não fossem alvo da perseguição da Santa Inquisição. Porém, também é possível que os autores tentassem ocultar as fórmulas, de modo que apenas outros alquimistas compreendessem.





Símbolos e objetivos


Na linguagem alquímica encontra-se associação de símbolos astrológicos com metais. O Sol, por exemplo, é associado ao ouro; a Lua representa a prata; Marte associa-se ao ferro enquanto Saturno ao chumbo. Animais (mesmo mitológicos como o dragão) e suas características também são usados para definir os elementos e as substâncias e os processos ao qual são submetidos. O unicórnio ou o veado é usado para representar o elemento terra; o peixe representa a água; pássaros fazem referência ao ar e salamandras aludem ao fogo. Ainda, o sal é normalmente representado por um leão verde. A fase de putrefação do processo alquímico é representada por um corvo.



Esta simbologia alquímica é encontrada até mesmo mesclada com ícones do cristianismo medieval. Por exemplo, nas seculares catedrais góticas, há uma imensa combinação de imagens cristãs com animais, símbolos químicos e zodiacais.


De forma geral, pode-se definir três objetivos básicos da alquimia. O primeiro e, conseqüente- mente, mais importante é produzir a chamada Pedra Filosofal (ou mercúrio dos filósofos, entre outros diversos nomes) que seria uma substância obtida a partir de matéria-prima grosseira. Através da Pedra Filosofal seria possível atingir os outros objetivos, que seria a transmutação da matéria (metais inferiores transformados em ouro) e produzir o Elixir da longa vida, uma espécie de medicamento universal que tornaria a pessoa que fizesse uso, imune a qualquer doença. Os sábios alquimistas ocidentais afirmavam que a obtenção de ouro foi um fracasso pela falta de concen- tração e preparação espirituais dos que realizavam as experiências.


Ainda, entre os alquimistas, há uma idéia de criar vida humana de modo artificial. O homúnculo(do latim, homunculus, pequeno homem) seria uma criatura de aproximadamente 12 polegadas de altura que poderia ser criada através de sêmen humano colocado em uma retorta totalmente fechada e aquecida em esterco de cavalo durante 40 dias. Assim se formaria um embrião. Possivelmente, Paracelso foi o primeiro alquimista a divulgar este conceito.


Porém, é provável que a verdadeira intenção dos alquimistas era promover uma profunda mutação na alma e na natureza humana. Este objetivo fica camuflado sobre fórmulas químicas e simbologias complexas.




A alquimia na história



Na China, a prática da alquimia estaria associada ao Taoísmo, que é o ensinamento filosófico-religioso chinês. Além da associação à filosofia védica, na Índia, por volta do ano 1000 a.C., que apresenta semelhanças com alguns fundamentos alquímicos. No Egito antigo, era considerada obra do deus Thoth (divindade associada à Hermes Trismegistus. Ainda no Egito, na cidade de Alexandria, a alquimia recebeu influência da filosofia neoplatônica, que se baseia no conceito de que a matéria, apesar de múltiplas aparências, é formada por uma substância única. Esta seria a justificativa para a transmutação almejada pelos alquimistas através da fusão dos quatro elementos fundamentais da Antigüidade: fogo, ar, água e terra.


De qualquer forma, a alquimia floresceu realmente a partir de meados do século VII, quando os povos árabes invadiram o Egito. Assim, o acervo de escritos alquímicos foram traduzidos para os idiomas árabes e sírio. Aproximadamente 300 anos depois, em meados do século X, os mulçumanos introduziram a alquimia no continente europeu, mais precisamente, através da península ibérica, na Espanha.


No século XIII, o conceito de quatro elementos primitivos e geradores da natureza (água, fogo, terra e ar), foi substituído pela idéia de que havia apenas três elementos básicos: mercúrio, enxofre e sal. O alquimista árabe Abu Musa Jabir ibn Hayyan al Sufi (conhecido como Geber) concluiu que os metais eram gerados no interior da Terra e compostos de mercúrio e enxofre. Acreditava-se que ouro e prata eram compostos de mercúrio e enxofre em sua forma pura. Enquanto os outros metais eram formados com enxofre impuro. Dessa forma, concluiu-se que, se através de um processo adequado, fosse possível "purificar" o enxofre, este poderia facilmente ser transmutado em ouro.


No ano de 1525, surgiu uma espécie de "escola de químicos" fundada por Paracelso. A Iatroquímicos(iatros, do grego, médico) tinha como objetivo principal encontrar um meio de que a humanidade se tornasse totalmente imune às doenças naturais. Porém esta causa poderia também ocultar a intenção de encontrar o chamado Elixir da longa vida. Foi também entre Paracelso e os iatroquímicos que surgiu o conceito de quintessência, que neste caso, seria equivalente ao "elemento divino".


Entre os alquimistas mais célebres da história, destacam-se Tomás de Aquino, Paracelso, Nostradamus, Nicolas Flamel e Francis Bacon. Além do lendário Conde de Saint Germain, que teria encontrado a Pedra Filosofal e o Elixir da longa vida.


A alquimia medieval é a responsável pelas bases da química moderna. Além disso, os alquimistas contribuíram imensamente com a medicina contemporânea e deixaram como legado de alguns procedimentos que são utilizados até hoje, como o "banho-maria" (em alusão à alquimista conhecida como Maria, a Judia). Porém, a maior influência da alquimia encontra-se nas ciências ocultas ocidentais agindo diretamente na sabedoria e natureza humana.


Por Spectrum
Agradecimentos à Kimberlly Almeida



A Grande Obra


A primeira tarefa do discípulo consiste na busca da Matéria-Prima. O seu nome tradicional,Pedra dos Filósofos, nos dá uma idéia bastante clara desta substância, servindo-nos para começar a identificá-la. É realmente uma pedra porque ao ser extraída das minas apresenta as mesmas características exteriores que o resto dos minerais. Esta Pedra dos Filósofos, ou sujeito desta arte, não deve ser confundida com a Pedra Filosofal. Dito sujeito unicamente se converte na Pedra Filosofal quando, após ser transformada e aperfeiçoada pela arte, alcança a sua perfeição final e por conseguinte a propriedade da transformação.




Na literatura alquímica, diz-se que a Matéria-Prima tem um corpo imperfeito, uma alma constante e uma cor penetrante, e que contem um mercúrio claro, transparente e volátil. Esconde no seu coração o ouro dos filósofos e mercúrio dos sábios. Recebeu uma multidão de nomes, mas nunca nenhum alquimista revelou publicamente a sua verdadeira natureza. Uma das maiores dificuldades que apresenta a alquimia, consiste em identificar esta matéria. Nos textos alquímicos quase sempre se omite de forma completamente enganosa.


A Obra é preparada e levada a cabo utilizando esta única substância que, após ser identificada, deve ser obtida. Para isso é essencial viajar até o lugar da mina e obter o sujeito no seu estado bruto. Isto em si já é uma tarefa árdua, e é necessário fazer um horóscopo para determinar qual é o momento mais propício. A Obra deve ser realizada na primavera do hemisfério Norte, sob os signos de Áries, Touro ou Gêmeos (a época mais propícia para começar é a de Áries, cujo o símbolo celeste corresponde, a linguagem esotérica ou crítica, ao nome da Matéria-Prima).


Como preliminar à Obra, o sujeito deve ser purificado, libertado dos detritos. Isto se realiza utilizando umas técnicas bem conhecidas pelos metalúrgicos; diz-se, no entanto, que ditas técnicas requerem muita paciência, e esforço.


Outra operação consiste na preparação do fogo secreto, Ignis Innaturalis, também denominado fogo natural. Os alquimistas definem este fogo secreto ouPrimeiro Agente, como água seca que não molha as mãos e como o fogo que arde sem chamas. Este é um tema que deu origem a incontáveis equívocos e confusões. Pontanus, reconhece ter equivocado neste ponto mais de duzentas vezes. Realmente, essa substância é o sal, preparado a partir de cremor tártaro mediante um processo que requer perícia e um perfeito conhecimento da química. O processo inclui a utilização do orvalho primaveril, que se recolhe de uma forma engenhosa e poética e que a continuação é destilado.


Quando já estão preparados, a Matéria-Prima e o Primeiro Agente da Obra, os preliminares se dão praticamente por finalizados. A Matéria-Prima é introduzida num morteiro de ágata (ou de alguma outra substância de grande dureza), é amassada com o maço, misturado com o fogo secreto e umedecida com orvalho. A mistura resultante é introduzida a continuação num recipiente hermeticamente fechado ou Ovo Filosofal, que se coloca no interior do forno deAtenor, o forno dos Filósofos.


Este Atenor está desenhado de tal forma que o ovo pode se manter a uma temperatura constante durante longos períodos de tempo. O fogo exterior estimula a ação do fogo interior, razão pela qual deve ser controlado; em caso contrário, embora o recipiente não se rompa, todo o trabalho se estragará. Durante essa etapa inicial, o calor do nascimento dos pintinhos tem muitos pontos em comum com o processo alquímico.


Dentro do ovo, os dois princípios contidos na Matéria-Prima - um solar, quente e masculino, conhecido como enxofre, e o outro lunar, frio e feminino, conhecido como mercúrio- atuam um sobre o outro.


Então, estes dois que Avicena chama a cadela Corascene e o cão armênio - escreveNicolas Flamel - estes dois, digo, ao colocá-los juntos no recipiente do sepulcro, se mordem de uma forma cruel e pelo seu forte veneno e terrível ira nunca se soltam a partir do momento em que se agarram (se o frio não o impede) até que os dois, como conseqüência das suas babas venenosas e dos seus ataques mortais, terminam completamente ensangüentados e acabam matando-se e cozinhando-se no seu próprio veneno que, depois da sua morte, os converte em formas naturais e primitivas, para passar depois assumir uma forma nova, mais nobre e melhor. Desta forma, à morte - que é uma separação - lhe segue um longo processo de decadência que dura até que tudo apodrece e os contrários se dissolvem no nigredo líquido. Esta escuridão que supera todas as outras escuridões, este "negrume entre os negrumes" é o primeiro signo inequívoco que se está no bom caminho; daí o aforismo dos alquimistas: "Não há geração sem corrupção".


A etapa de negrume acaba quando a superfície do mercúrio voa pelo ar alquímico dentro do microcosmo do Ovo Filosofal, no ventre do vento, recebendo as influências celestinas e purificadoras de cima. Volta a cair, sublimado, sobre a Nova Terra que finalmente emerge. Ao ir aumentando muito lentamente a intensidade do fogo exterior, as partes secas vão ganhando terreno sobre as úmidas, até que o continente aparecido se coagula e se desseca completamente. Enquanto isto sucede, aparece um incontável número de belas cores que correspondem à etapa conhecida como Causa do Pavão Real.


No final do segundo trabalho, aparece a Brancura, o albedo. Quando se alcança a Brancura, diz-se que o sujeito já tem força suficiente para resistir ao calor do fogo e só tem que dar um passo mais para que o Rei Vermelho ou Enxofre dos Sábios, saia do ventre da sua mãe e irmã, Ísis ou o mercúrio, Rosa Alva, a Rosa Branca.


No terceiro trabalho se recapitulam as operações do primeiro, que adquirem agora um novo significado. Começa com pompa de uma boda real. O Rei se reúne no Fogo do Amor (o sal ou fogo secreto) com a Rainha bendita. Como Cadmo atravessou a serpente com a sua lança, o enxofre vermelho fixa o mercúrio branco; e com esta união se consegue a perfeição final, nascendo a Pedra Filosofal.


Resumindo brevemente: 

Dentro da Obra existem três pedras ou três trabalhos ou três graus de perfeição. 

O primeiro trabalho termina quando o sujeito está completamente purificado (mediante sucessivas destilações e solidificações) e reduzindo a uma

substância mercúrica pura. 

O segundo grau da perfeição se alcança quando dito sujeito foi cozido, digerido e fixado, convertido-se no enxofre incombustível. 

A terceira pedra aparece quando o sujeito foi fermentado, se multiplicou e alcançou a Perfeição Final, sendo uma tintura fixa e permanente: a Pedra Filosofal. 

Autor Desconhecido


XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX


Fontes:

Texto: http://www.spectrumgothic.com.br/ocultismo/ciencias/alquimia.htm
Imagens: https://www.google.com.br



Nenhum comentário:

Postar um comentário